Pesquisa mostra a vulnerabilidade dos trabalhadores brasileiros na pandemia de Covid-19

Janaína Simões

Pesquisa realizada por Rogério Jerônimo Barbosa, pós-doutorando do Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp), Ian Prates, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e do Social Accountability International, e Thiago de Oliveira Meireles, doutorando em Ciência Política na Universidade de São Paulo (USP), mostra que 75,5 milhões de pessoas, que representam 81% da força de trabalho nacional, experimentam algum tipo de vulnerabilidade em virtude dos efeitos da pandemia do Covid-19. 

Os resultados foram apresentados em nota técnica publicada pela Rede de Políticas Públicas & Sociedade, cuja coordenadora científica é Lorena Barberia, professora do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (DCP/FFLCH-USP). A iniciativa faz parte do projeto de formação da rede de pesquisa “Covid-19: Políticas Públicas e as Respostas da Sociedade”, que reúne pesquisadores de diversos grupos para realizar estudos que proponham aperfeiçoamento de políticas públicas do governo para o enfrentamento da crise do coronavírus. 

Os pesquisadores identificam, no estudo, os empregos mais vulneráveis à crise causada pela pandemia. Também apresentam a distribuição dos empregos, segundo os grupos de vulnerabilidade, mostram os setores mais frequentes em cada grupo de vulnerabilidade e trazem a distribuição espacial dos empregos vulneráveis. Outras duas conclusões são destaque da pesquisa:

• Um quarto dos trabalhadores brasileiros (23,8 milhões de pessoas) concentra vulnerabilidades tanto em função de seus vínculos e posições frágeis, como em decorrência de choques e impactos setoriais.
• A distribuição dos grupos vulneráveis nas Unidades da Federação é razoavelmente homogênea, o que significa que todas terão seus mercados de trabalhos afetados de forma semelhante. Ou seja, os trabalhadores identificados como mais vulneráveis, seja em São Paulo ou no Maranhão, respectivamente o estado mais rico e o mais pobre do país, estão igualmente sujeitos à perda significativa do emprego e/ou deterioração da renda. Esses trabalhadores, que ocupam posições e vínculos mais instáveis em setores não essenciais, pertencem ao grupo dos extremamente vulneráveis.

Acesse o trabalho na íntegra aqui.
Mais informações - rededepoliticaspublicas@gmail.com.
Pedidos de entrevista com Rogério Barbosa - imprensa.cem@usp.br / 11-99903-6604 (WhatsApp).