Estudo investiga se bolsas impactam o desempenho acadêmico de alunos

CEM acompanhará universitários que estudaram em escola pública e autodeclarados pretos, pardos ou indígenas

Hérika Dias, Jornal da USP

Eles sempre estudaram em escola pública, autodeclaram-se pretos, pardos ou indígenas e a renda mensal de toda a família não ultrapassa cinco salários mínimos. Em comum, ingressaram em uma das principais e mais concorridas universidades públicas do País: no caso, a USP. Receber um auxílio financeiro que permita se dedicarem somente aos estudos poderá impactar no desempenho acadêmico deles? Esta é a investigação que uma pesquisa do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da USP, em São Paulo, está realizando com um grupo de 90 estudantes beneficiários de uma bolsa patrocinada pelo banco Itaú-Unibanco.

Os jovens ingressaram na USP em 2018, através do vestibular organizado pela Fuvest. O programa de bolsas é uma iniciativa do banco em parceria com a Reitoria. Ele prevê o pagamento de um auxílio de R$ 800 ao mês, custeado pelo Itaú-Unibanco durante todo o período da graduação. 

A seleção dos beneficiários foi baseada no critério de cotas sociais (estudantes pretos, pardos e indígenas oriundos de escola pública), socioeconômicos (renda familiar menor do que cinco salários, grau de instrução do responsável) e matriculados em cursos da USP na capital. O número final de candidatos às bolsas chegou a 621 jovens, e os escolhidos saíram de um sorteio feito através de um software. 

O pagamento do benefício começou no segundo semestre de 2018 e é renovado a cada seis meses, caso os alunos atendam a alguns requisitos: não ter mais do que duas pendências por semestre, se for reprovado em alguma disciplina, é possível cursá-la de novo, mas precisará ser aprovado; entregar relatórios regulares sobre as disciplinas que estão cursando e o desempenho nelas; e relatar as principais dificuldades nas matérias. A gestão fica por conta da Pró-Reitoria de Graduação (PRG) da USP e quem não cumpre as regras perde a bolsa.

Durante todo o período de vigência do programa, o desempenho acadêmico dos alunos será acompanhado por um estudo liderado pela professora Marta Arretche, do Departamento de Ciência Política da USP e pesquisadora do CEM.

Confira a reportagem completa sobre o estudo, incluindo as análises preliminares sobre o programa de bolsas, no Jornal da USP.