DESCRIÇÃO

Tema inesgotável da agenda pública, o debate sobre a desigualdade no Brasil é objeto de paixões desenfreadas. Discussões impetuosas, travadas ao sabor das conveniências de ocasião, quase sempre turvam diagnósticos abrangentes e necessários para a compreensão desse fenômeno. Esta obra navega em direção contrária e procura caminhar além do terreno da especulação. Os catorze ensaios aqui reunidos descrevem um panorama denso e complexo das trajetórias das desigualdades de 1960 a 2010. Além do rigor conceitual e da perspectiva ampliada, os autores partilham como ponto de partida a fidelidade aos dados estatísticos das seis edições dos Censos Demográficos produzidos pelo IBGE no período.

SINOPSE

Desigualdades aqui é um termo compreendido no plural. No mundo social, existem múltiplas assimetrias: entre pobres e ricos, entre mulheres e homens, entre categorias de raças, que se manifestam na renda, no acesso a serviços, na participação política. O fenômeno da desigualdade é muito mais complexo do que apenas sua dimensão monetária. Entendê-lo requer examinar suas múltiplas dimensões. Assim, é preciso tratar das Trajetórias das desigualdades. 

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

  • EditoraUnesp.
  • Preço: R$ 69
  • ISBN:  978-85-393-0566-7
  • Assunto: Ciências sociais, Política, Economia
  • Idioma: Português
  • Páginas: 489
  • Edição: 1ª
  • Ano: 2015
  • Formato: 16 x 23
  • Acabamento: Brochura com orelhas 

PRESS RELEASE

Esta obra desmonta a tese clássica segundo a qual o Brasil teria vivido uma “inaceitável estabilidade” da desigualdade. Em 14 ensaios, que abordam educação e renda, políticas públicas, demografia, mercado de trabalho e participação política, o livro demonstra que, na verdade, as desigualdades entre os brasileiros foram expressivamente reduzidas nas últimas décadas, embora o país continue entre os mais desiguais do planeta. Os textos ainda deixam claro que o processo esteve estreitamente vinculado a decisões políticas, das quais, portanto, depende sua continuidade.              

O período analisado é um dos mais distintos econômica e politicamente já vivenciados no país, os 50 anos compreendidos entre 1960 e 2010. E as análises baseiam-se nos dados de seis Censos Demográficos realizados pelo IBGE naquele intervalo de tempo. Os textos evocam imagens que refletem uma transição acelerada de um país de perfil rural e homogeneamente empobrecido, em que apenas 20% dos jovens de até 15 anos concluíam os quatro anos de ensino básico, para um país urbano, que praticamente universalizou o acesso ao ensino fundamental, ampliou significativamente o alcance dos serviços públicos e aumentou em onze anos a expectativa de vida média de sua população.                        

Contudo, mulheres, pretos e pardos não tiveram o mesmo sucesso. Elas entraram de forma massiva no mercado de trabalho, mas em 2010, assim como os brasileiros do segundo grupo, obtinham menores rendimentos que os homens brancos, mesmo quando possuíam o mesmo nível de escolaridade. Os não brancos avançaram ainda menos, relativamente às mulheres, que se distribuem por todos os extratos sociais. Embora tenha aumentado o ingresso de pretos e pardos na universidade nas últimas décadas, em 2010 os brancos ainda eram 75% da população universitária, e estavam matriculados em geral nas carreiras de maior prestígio. Em consequência, a redução das desigualdades em relação aos não brancos dentro do sistema escolar permaneceu restrita ao nível de ensino em que o acesso tornou-se universal, isto é, no ensino fundamental.                      

Tal contraste reforça as conclusões da organizadora: “A trajetória de longo prazo das desigualdades no Brasil revela que não há determinismo – econômico ou político – nesse processo. Políticas importam! Mais que isso: deslocamentos nos padrões de desigualdade requerem políticas implementadas por um longo período de tempo”.

TRECHOS

“O crescimento do eleitorado brasileiro entre 1945 e 2010 é patente e pode ser reputado de extraordinário. Em 1945, o eleitorado total era composto apenas por 7,4 milhões de indivíduos, 18,2 vezes menor do que é hoje. A população, nesse mesmo período, quadruplicou” (“Participação política no Brasil”).

“Entre 1980 e 2010, a taxa de mortalidade infantil no Brasil caiu de 69 para 16 por mil nascidos vivos, e a esperança de vida passou de 62 para 73 anos.4 A população de mais de 18 anos que chegou ao ensino médio pulou de 6,2 milhões para 39,7 milhões; a que  atingiu o ensino superior passou de 3,4 milhões para 21,5 milhões. Ambas aumentaram em mais de seis vezes no período.” (“Trazendo o conceito de cidadania de volta: a propósito das desigualdades territoriais”).

“No universo das ocupações manuais, as mulheres ocuparam maciçamente as posições mais baixas. O emprego industrial moderno era e permanece sendo um reduto masculino. Em 1960, praticamente todo o grupo de técnicos e supervisores do trabalho manual era composto de homens (mais de 95%) e, ao longo das cinco décadas em análise, a participação feminina nesse segmento aumentou lentamente, não chegando a
15% em 2010.” (“Desenvolvimento econômico e desigualdades no Brasil: 1960-2010”)
 
“Apesar da redução percentual das desigualdades de cor ou raça, ao se analisar em termos dos respectivos ritmos pelo qual o peso relativo de pessoas abaixo da Linha de Pobreza declinou, observa-se uma ampliação das assimetrias. Assim, em 1995, a proporção de pretos e pardos pobres era 93,9% superior à de brancos na mesma situação. Já, em 2006, a proporção de pretos e pardos abaixo da linha de pobreza era 99,5% superior à mesma proporção entre os brancos. (Paixão, 2009, p.9)”. (“Desigualdades raciais no Brasil: um desafio persistente”).

ANEXOS METODOLÓGICOS E ESTATÍSTICOS

Parte integrante de Trajetórias das desigualdades, como Brasil Mudou nos últimos 50 anos, os Anexos Metodológicos e Estatísticos que contém Gráficos e Figuras, Materiais auxiliares, Relatório CEM e Sintaxes de padronização. Estes anexos podem ser acessados livremente.

Baixar os arquivos dos Anexos Metodológicos e Estatísticos aqui

Clique aqui para ter acesso à Base de Dados do CEM, incluindo aquelas do Projeto Censo - 50 anos de Dados

RESENHAS

OLIVEIRA, Ana Luiza Matos de. As diversas faces da Desigualdade brasileira nos últimos 50 anos. DRd – Desenvolvimento Regional em debate, v. 5, n. 2, p. 207-208, jul./dez. 2015. Resenha do Livro: ARRETCHE, Marta (org). Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos. 1ed.São Paulo: Unesp/CEM, 2015.

DANTAS, Adriana Santiago Rosa; VALENTE, Gabriela Abuhab. Resenha. A Educação nas Trajetórias das Desigualdades. Fundação Carlos Chagas, Cadernos de Pesquisa, v. 46, n. 162, Out-Dez/2016, p. 1272-1277.

MEDEIROS, Marcelo. Meio século de desigualdades no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v.31, n.90, fev/2016. Resenha do livro: ARRETCHE, Marta (org). Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos. 1ed.São Paulo: Unesp/CEM, 2015. DOI: http//dx.doi.org/10.17666/3190175-177/2016.

ESPECIAIS

Animações explicam alguns aspectos de pesquisas sobre desigualdades

O CEM - Centro de Estudos da Metrópole e Ciência USP informam sobre a desigualdade brasileira nos últimos cinquenta anos por meio de animações produzidas a partir das conclusões pesquisas e análises dos censos de 1960 a 2010 e que resultaram no livro "Trajetórias das Desigualdades: Como o Brasil mudou nos últimos 50 anos", organizado por Marta Arretche. 

Os videos com as animações estão disponíveis no youtube. 

Encartes CEM-Oxfam no Le Monde Diplomatique Brasil

Cada vez mais desigual? Parceria entre o Centro de Estudos da Metrópole e a Oxfam Brasil e o Le Monde Diplomatique Brasil (edição de abril/2016). Conjunto de artigos, baseados em pesquisas do CEM e de outras organizações visa a contribuir para o debate sobre o aspecto multidimensional da desigualdade, considerando os enfoques de renda, educação, raça, gênero, urbanismo e segurança pública. o objetivo busca propiciar ainda a abertura de novas frentes de diálogo e fortalecer estratégias de mobilização da sociedade civil.  

Desigualdade Em Movimento. Encarte da parceria CEM, Oxfam Brasil e Le Monde Diplomatique Brasil (janeiro/2017). Neste encarte são apresentados artigos que abordam os desafios que os novos prefeitos dos municípios brasileiros irão enfrentrar a partir de 2017.  

NOTÍCIAS

Video do canal UM Brasil com entrevista de Marta Arretche. Trajetória das desigualdades no Brasil, por Marta Arretche

Diretora do Centro de Estudos da Metrópole e professora de ciência política da USP, Marta Arretche fala ao UM BRASIL (Fecomércio) sobre a trajetória das desigualdades brasileiras nas últimas décadas. Na conversa com Humberto Dantas, ela analisa até que ponto as políticas públicas reduziram a concentração de renda, a relevância do salário mínimo neste processo, o impacto dos serviços públicos no orçamento das famílias, e a disparidade de recursos entre os municípios responsáveis por estes serviços. Teaser “Conceito de desigualdade é amplo e abstrato”

Clique aqui para assistir à entrevista completa

Seminário internacional do Brazil Institute do Wilson Center discutiu as pesquisas apresentadas no livrologo-brasil_institute.jpg

Os desafios que o Brasil enfrenta contemporaneamente, em particular a crise de governabilidade e a recessão econômica levantam importantes perguntas sobre a capacidade do país preservar importantes ganhos alcançados em  décadas recentes na redução dos historicamente altos graus de desigualdades sociais, econômicas e políticas. Este é o contexto do seminário que o Brazil Institute do Wilson Center (Washington,DC/EUA) convocou em parceria com o Centro de Estudos da Metrópole da Universidade de São Paulo e a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (FAPESP). O evento foi realizado em Fevereiro de 2016 e para mais informaçõesclique aqui.

A gravação do evento está disponível on line aqui e no youtube parte 1parte 2parte 3 e parte 4.

logo_Nucleo_divulgacao_Facebook.jpgDesigualdade no Brasil é tema de debate nos EUA, 4/3/2016 

Pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) viajaram a Washington, nos Estados Unidos (no início de 2016), para apresentar as pesquisas do livro "Trajetórias das Desigualdades – Como o Brasil Mudou nos Últimos Cinquenta Anos" e debatê-las com estudiosos norte-americanos. O trabalho se destaca por investigar a desigualdade para além da questão da renda. O encontro aconteceu no Wilson Center, em fevereiro de 2016.

Clique aqui para assistir a um programa sobre o evento

logo_UNIVESTTP.pngGravação pela Univesp TV do Seminário de Lançamento do livro,

O Lançamento aconteceu em 2/6/2015, na FFLCH/Universidade de São Paulo. 

Encontros - Trajetórias das desigualdades (clique aqui para assistir à gravação)

logo_USP_quadrado---C_pia.pngEntrevista realizada com Marta Arretche sobre diversos aspectos abordados pelo livro Trajetórias das Desigualdades.

Clique aqui para ver a entrevista.
Surpresa do caso brasileiroNovos bancos de dadosPor que DesigualdadesConteúdo do livroNovidades das pesquisasMulheres e não brancos. 

 

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Ficha Técnica
Autor
ARRETCHE, Marta
Título Trajetórias das desigualdades, como Brasil Mudou nos últimos 50 anos - Edição 2015
Ano de Publicação
2015
Citação

ARRETCHE, Marta. Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos. 1ed.São Paulo: Unesp/CEM, 2015.

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