A velocidade da inclusão de negros e pardos no sistema educacional é mais lenta que a dos brancos

Apenas em 2010, a população não branca conseguiu atingir o mesmo patamar de escolaridade que a população branca já registrava em 1980

Janaína Simões

De que forma a cor da pele afeta o acesso à escola? Este é o tema do último Animações do livro "Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos 50 anos", organizado por Marta Arretche, coordenadora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp), e que já está em sua quarta edição (Editora Unesp). O vídeo foi produzido com base no capítulo 2, "Educação e desigualdade no Brasil", autorado por Naercio Menezes Filho e Charles Kirschbaum, e no capítulo 6, “Desigualdades raciais no Brasil: um desafio persistente”, de autoria de Márcia Lima e Ian Prates.


O vídeo detalha os indicadores de inclusão educacional por cor. Mostra que o Brasil levou 30 anos para chegar à mesma proporção de negros e pardos que completaram o ensino básico que os brancos já haviam atingido em 1980. Neste ano, 14% dos jovens negros, 18% dos jovens pardos e 38% dos jovens brancos concluíram o ensino médio. Em 2010, esses percentuais passaram para 37% (pretos), 38% (pardos) e 56% (brancos). 
Assista à nova animação no perfil do CEM no Youtube. Outras quatro animações já foram produzidas. Confira os vídeos, que estão disponíveis na playlist do Youtube e também abaixo, separadamente. 

 

"1960-2010: desigualdade territorial na oferta de luz, água, esgoto e na coleta de lixo
Baseada no Capítulo 7, “Trazendo o conceito de cidadania de volta: a propósito das desigualdades territoriais”, de autoria de Marta Arretche, a animação informa, por exemplo, que em 1970, apenas 125 dos 3.952 municípios existentes no Brasil ofereciam energia elétrica para três quartos de seus domicílios. Só em 2010 o país conseguiu atingir a universalização no abastecimento de energia. Assista a íntegra aqui.

"1960-2010: educação e mercado de trabalho no Brasil"
Como as condições da educação dos brasileiros se relacionou com as da nossa economia e mercado de trabalho e, consequentemente, com o perfil da desigualdade social é o tema desse vídeo, que se baseia no Capítulo 4, “Educação e desigualdade no Brasil”, de autoria de Naercio Menezes Filho e Charles Kirschbaum. Veja a animação neste link.

“1960-2010: Mulheres cada vez mais iguais”
Em 1960, apenas 0,14% das mulheres tinha diploma universitário, contra 9,4% em 2010, um crescimento de 67 vezes no período, ocorrido nas diversas áreas do ensino superior. Além disso, 16% das mulheres com mais de 15 anos procuravam emprego em 1960, contra 42,6% em 2010. Outra desigualdade estava no voto: por exemplo, os maridos podiam decidir se as esposas podiam votar - no caso daquelas que trabalhavam apenas em casa. Esses e outros aspectos são apresentados no vídeo, que se baseia nos capítulos 05 - “Estratificação horizontal da educação superior no Brasil (1960 a 2010)”, de Carlos A.C. Ribeirão e Rogério Schlegel; 11 - “Cinquenta anos de relações de gênero e geração no Brasil: mudanças e permanências”, de Maria Coleta Oliveira, Joice Oliveira e Gláucio Marcondes; e 13 - “Desenvolvimento econômico e desigualdades no Brasil: 1960-2010”, de Alvaro A. Comin. 

"1960-2010: um eleitorado cada vez maior"
Em números absolutos, o eleitorado brasileiro cresceu 18 vezes entre 1945 e 2010. Entre os fatores que explicam esse crescimento estão a migração para as cidades, a elevação do nível educacional e a inclusão do direito de voto aos analfabetos associada às mudanças na forma de votar. Confira a evolução neste vídeo, baseado no capítulo 1, “Participação Política no Brasil”, de autoria de Fernando Limongi, José Antonio Cheibub e Argelina Cheibub Figueiredo. 

Para adquirir o livro, visite o site da Editora Unesp ou procure nas principais livrarias. E aproveite para navegar por outros conteúdos do CEM no Youtube, pelo nosso canal oficial.


Sobre o CEM:
Criado em 2000, o Centro de Estudos da Metrópole (CEM) é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Cepid-Fapesp) e reúne cientistas de várias instituições para realizar pesquisa avançada, difusão do conhecimento e transferência de tecnologia em Ciências Sociais, investigando temáticas relacionadas a desigualdades e à formulação de políticas públicas nas metrópoles contemporâneas. Sediado na Universidade de São Paulo (USP) e no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), o CEM é constituído por um grupo multidisciplinar, que inclui pesquisadores demógrafos, cientistas políticos, sociólogos, geógrafos, economistas e antropólogos.


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