USP promove cerimônia de instalação dos Centros de Pesquisa e Inovação Especial

CEM e outros Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fapesp constituem os novos CEPIx da universidade.

Janaína Simões

A reitoria da Universidade de São Paulo (USP) promoveu nesta terça-feira, 8 de abril, na sala do Conselho Universitário no prédio da Reitoria, em São Paulo, a cerimônia de instalação dos CEPIx. Eles foram criados a partir do Programa USP de Incentivo a Centros de Pesquisa e Difusão Especiais, que tem por objetivo fomentar a continuidade das atividades das instituições anteriormente contempladas pelo Programa Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Cepid-Fapesp). Desde junho de 2024, o Centro de Estudos da Metrópole (CEM) é um dos 11 CEPIx-USP.

Participaram da cerimônia Carlos Gilberto Carlotti Jr., reitor da USP, que fez a abertura do evento; Sérgio Costa Oliveira, coordenador geral de Programas Estratégicos e Infraestrutura da Fapesp, que falou sobre o papel da fundação no fomento à pesquisa interdisciplinar; e Maurício da Silva Baptista, diretor do Centro de Pesquisa de Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma-CEPIx), que fez uma apresentação dos 11 CEPIx, representando todos os coordenadores de centros. Fernando de Queiroz Cunha foi o coordenador geral do evento. O CEM foi representado na cerimônia por seu diretor, Eduardo Marques.  

Na abertura, o reitor da USP afirmou que a administração da USP está dando muita atenção para a área de pesquisa da universidade neste ano, uma das três atividades basilares da USP - as outras são ensino e extensão. “Estamos pensando em como a reitoria pode fomentar esse tipo de pesquisa que envolve interdisciplinaridade, transferência do conhecimento, formação de recursos humanos, cooperações internacionais. Neste sentido, temos procurado incentivar modelos como os INCTs (Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação), a Embrapii e, agora, os CEPIx”, completou. Os INCTs e a Embrapii são programas do governo federal que apoiam iniciativas nas instituições de ciência e tecnologia, como universidades e institutos de pesquisa.

Ele destacou a necessidade de que os Cepids-Fapesp continuem suas atividades após o fim da participação no programa, dada a excelência do trabalho que desenvolveram ao longo do tempo. “Os melhores grupos de pesquisa da nossa universidade são representados nos CEPIx e nos outros modelos de pesquisa que estamos incentivando”, apontou. “Precisamos manter os grupos ativos, organizados, e dar um reconhecimento, na forma de autonomia, sempre conversando com as unidades, as quais tiveram receptividade para discutir e aceitar o modelo [do CEPIx]”, acrescentou. 

Para a criação dos centros de pesquisa, lembrou Carlotti Jr., a reitoria dialogou com as diretorias das unidades USP que estão sediando os Cepids-CEPIx. O CEM é sediado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP), ao lado do Centro de Estudos da Violência (NEV), outro Cepid que está deixando de ser integrante do programa da Fapesp. Esses são os únicos CEPIx na área de Ciências Sociais - confira aqui o trecho da apresentação de Maurício da Silva Baptista sobre eles. Segundo o reitor, o diálogo foi importante para uma melhor integração do modelo com os diretores das unidades USP: “Tivemos uma boa receptividade das unidades e as deixamos livres para negociação com os CEPIx”, lembrou.

“Agora os CEPIx têm grupos estabilizados, uma legislação que preserva a autonomia, e podem trabalhar com tranquilidade, buscar recursos nacionais e, especialmente, internacionais”, completou o reitor. “Temos a expectativa de que os CEPIx consigam dar um salto na busca por recursos, principalmente internacionais. Apesar de eventuais problemas com relação aos Estados Unidos e sua nova política, temos oportunidades de obter recursos na Europa, na Ásia, e fomentar a cooperação internacional, além de continuar a buscar recursos nas agências nacionais”, acrescentou. 

Acesse as fotos da cerimônia de instalação dos CEPIx aqui

Assista no Youtube o vídeo com a apresentação do CEM-CEPIx no evento de lançamento dos Centros, realizado em junho de 2024.

Sobre o CEM

O CEM é uma instituição de pesquisa avançada em ciências sociais, que investiga temáticas relacionadas às desigualdades e à formulação de políticas públicas nas metrópoles contemporâneas. Nossas pesquisas visam contribuir para um melhor entendimento sobre as metrópoles, de modo a transferir o conhecimento produzido para que tenhamos metrópoles mais equitativas e sustentáveis no acesso a serviços e política, incrementando a promoção de bem-estar social e a capacitação e integração de políticas sociais e urbanas.

O CEM foi um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT/CNPq) até 2015 e é um Cepid-Fapesp desde 2000. Deixará de integrar o programa em 2026. Desde junho de 2024 é um dos CEPIx-USP. É composto por um grupo multidisciplinar de cientistas políticos, sociólogos, geógrafos, demógrafos e antropólogos que atuam em diversas instituições, como o Departamento de Ciência Política, o Departamento de Sociologia, a Escola de Artes Ciências de Humanidades (EACH) e a Escola Politécnica (Poli), todos da USP, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e a Fundação Getulio Vargas em São Paulo (FGV-SP). 

As pesquisas desenvolvidas no CEM mobilizam diversos métodos quantitativos e qualitativos para analisar o acesso dos cidadãos ao bem-estar e os mecanismos de produção, reprodução e combate às desigualdades sociais ligadas às ações do Estado, à inserção nos mercados de trabalho e a dinâmicas da sociabilidade e associativas nas metrópoles. Pesquisas de longo prazo em escala nacional, com abordagem multidisciplinar, e colaboração com equipes de investigação nacionais e internacionais são estratégias fundamentais do Centro. 

Desde a sua fundação, o CEM publicou 73 livros e cerca de 800 artigos e capítulos, 171 teses, dissertações e monografias (graduação, mestrado, doutorado e livre-docência) e 47 pesquisas de pós-doutorado. Ao longo de sua trajetória, o Centro mantém ativa área de transferência de tecnologia, com o desenvolvimento de 45 pesquisas aplicadas a políticas públicas, a produção e a disseminação de mais de 226 bases de dados, e de diversos sistemas interativos de acesso a dados.