Dar primazia ao interesse público na gestão das cidades é caminho para solução dos problemas de São Paulo

CEM participa do programa Ciência Aberta, da Fapesp e TV Folha

Os inúmeros problemas enfrentados por uma cidade gigantesca como São Paulo e sua região metropolitana têm soluções. Mas estas não são fáceis. Tudo deveria começar pela forma de administrá-la. “Se eu fosse escolher uma espécie de bala de prata que poderia ajudar, ela seria dar primazia ao interesse público na gestão das cidades”, afirmou a coordenadora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) e professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), Marta Arretche, ao participar da última edição de 2018 do Ciência Aberta, programa produzido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) em parceria com o jornal Folha de S. Paulo e transmitido ao vivo pela internet nesta terça-feira (04/12). Ele pode ser assistido na íntegra na página oficial do programa - clique aqui.

Dar primazia ao interesse público na gestão das cidades é caminho para solução dos problemas de São Paulo

Também participaram como debatedores convidados o coordenador do Núcleo de Estudos de População "Elza Berquó" (NEPO-Unicamp), Alberto Augusto Eichman Jakob, e o professor da Faculdade de Medicina e diretor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), Paulo Saldiva. A apresentação e mediação foram da jornalista Sabine Righetti, que apresentou perguntas aos três participantes, inclusive questões feitas por internautas.

Na suas intervenções, a coordenadora do CEM utilizou várias referências contidas nos 14 ensaios publicados no livro “Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos 50 anos”, do CEM e da Editora Unesp e que está em sua quarta edição. Ele aborda a evolução nacional em temas como educação e renda, políticas públicas, demografia, mercado de trabalho e participação política, no período entre 1960 e 2010. Apoiou-se também no conjunto de pesquisas sobre política urbana, desenvolvidos no Centro de Estudos da Metrópole, ao longo dos últimos anos.

Entre os assuntos abordados, Arretche explicou que a escala de migração do rural para o urbano no Brasil se reduziu significativamente dosa no anos 1970 para a década de 2000. Falou também das diferenças no processo de absorção de mão-de-obra que migrou do rural para o urbano em países mais desenvolvidos e os em desenvolvimento. Na Europa, a migração como política de estado bem como as duas guerras mundiais atenuaram os volumes migratórios, fato que não ocorreu nos países de imigração.

A pesquisadora também comentou sobre as diferentes escalas de desigualdades que se observa no estudo das grandes aglomerações – as diferenças entre as regiões metropolitanas brasileiras, entre as cidades que formam cada uma dessas regiões, e aquelas existentes dentro de cada cidade em si. Nas grandes, cidades, as áreas concentram os empregos e as áreas residenciais não coincidem, o que obriga a população a fazer grandes deslocamentos diários. O debate ainda versou sobre o papel das bicicletas como solução para o transporte público; a concentração dos equipamentos de lazer; as cidades inteligentes e o papel do Big Data na gestão de cidades bem como os padrões de desigualdade existentes e como estão relacionados com o território.

Além da presença de Marta Arretche, o evento contou com um depoimento do vice-coordenador do CEM e professor do Departamento de Ciência Política da USP, Eduardo Marques, que acaba de lançar pelo CEM e Editora Unesp o livro “As políticas do urbano em São Paulo”, do qual é organizador. No vídeo, que abriu o segundo bloco do programa, ele abordou alguns dos aspectos que marcam o processo de construção das cidades no Brasil, em especial a segregação.

Eduardo Marques, que acaba de lançar pelo CEM e Editora Unesp o livro “As políticas do urbano em São Paulo”

O programa Ciência Aberta

Realizado mensalmente, Ciência Aberta é exibido ao vivo pelo site da FAPESP, pela página da Agência FAPESP no Facebook e no YouTube e pelo site TV Folha (https://www1.folha.uol.com.br/tv/). O programa é transmitido a partir do auditório da FAPESP, que recebe estudantes como convidados e que podem enviar perguntas aos pesquisadores convidados. Durante o programa, perguntas do público externo também são recebidas pela página da Agência FAPESP no Facebook.

Mais informações: http://www.fapesp.br/ciencia-aberta/


Sobre o CEM:

Criado em 2000, o Centro de Estudos da Metrópole (CEM) é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Cepid-Fapesp) e reúne cientistas de várias instituições para realizar pesquisa avançada, difusão do conhecimento e transferência de tecnologia em Ciências Sociais, investigando temáticas relacionadas a desigualdades e à formulação de políticas públicas nas metrópoles contemporâneas. Sediado na Universidade de São Paulo (USP) e no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), o CEM é constituído por um grupo multidisciplinar, que inclui pesquisadores demógrafos, cientistas políticos, sociólogos, geógrafos, economistas e antropólogos.

Atendimento à imprensa

Assessoria de Comunicação do CEM
Janaína Simões
Fone (FFLCH-USP): 55 (11) 3091-2097
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