Base de dados do CEM dispõe de mapeamento das Unidades de Conservação do Brasil

Trabalho de análise e tratamento dos dados obtidos junto ao Ministério do Meio Ambiente é feito pela Equipe de Transferência e Difusão do Centro. 

Janaína Simões

O Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp) disponibiliza o acesso gratuito a seu acervo cartográfico georreferenciado das Unidades de Conservação (UC) de todo o Brasil. Estruturado pela Equipe de Transferência e Difusão do CEM, ele traz o mapeamento das UCs, classificadas em 11 categorias estabelecidas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA),com mapas em escala compatível com o arquivo de municípios (1:250.000).

Foto: Patrícia do Prado Oliveira/USP Imagens

As UCs formam o chamado Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), criado pela lei 9.985/2000). Os dados que o CEM oferece integram todo o conjunto de unidades de conservação (UC), ou seja, as federais, estaduais e municipais. A mais numerosa entre as 11 categorias das UCs é a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), uma área privada criada por iniciativa do proprietário, onde é permitida a pesquisa científica e a visitação turística, recreativa e educacional. Em termos de extensão predominam no Brasil as Áreas de Proteção Ambiental (APAS), constituídas por terras públicas e privadas, com atributos naturais, estéticos e culturais importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. 

Os dados primários para a elaboração da base de dados foram obtidos pelos pesquisadores do CEM junto ao portal do MMA e passaram por análise e tratamento, antes de serem disponibilizados pelo Centro. “Trabalhamos no sentido de colocar à disposição um acervo integrado e padronizado do ponto de vista da representação cartográfica e topologicamente consistente, ou seja, sem sobreposições e vazios”, explica Daniel Waldvogel Thomé da Silva, pesquisador do CEM. A sobreposição ou recobrimento de áreas ocorre quando polígonos se interceptam ou se superpõem. 

No trabalho com os dados, a Equipe de Transferência do CEM notou muitas delas. Um exemplo está no Parque Nacional da Neblina, nos limites Brasil/Venezuela (Estado do Amazonas), uma UC em que mais de 60% de sua área é coberta pelas Terras Indígenas Yanomami, Balaio e Médio Rio Negro II, “o que resulta em evidente conflito em termos de uso”, notam os pesquisadores do CEM no documento técnico em PDF que acompanha os arquivos da base de dados. “As Terras Indígenas também são consideradas como parte do acervo ambiental do Brasil, apesar das grandes diferenças conceituais e legais que as separam do sistema SNUC”, ponderam.

Para resolver as sobreposições, a Equipe de Transferência do CEM adotou diversos critérios técnico-científicos, que são detalhados no documento. Para consultar esta base de dados, basta ir na página Download de Dados, selecionar a base Meio Ambiente no menu à esquerda e procurar pela base Unidades de Conservação Ambiental do Brasil. 


Sobre o CEM:
Criado em 2000, com início das atividades em 2001, o Centro de Estudos da Metrópole (CEM) é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Cepid-Fapesp) e reúne cientistas de várias instituições para realizar pesquisa avançada, difusão do conhecimento e transferência de tecnologia em Ciências Sociais, investigando temáticas relacionadas a desigualdades e à formulação de políticas públicas nas metrópoles contemporâneas. Sediado na Faculdade de Filosofia, Letras, Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), o CEM é constituído por um grupo multidisciplinar, que inclui pesquisadores demógrafos, cientistas políticos, sociólogos, geógrafos, economistas e antropólogos.


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