Favelas e Loteamentos irregulares no Município de São Paulo
Dados de 2010 revelam que 11% da população paulistana vive em favelas
O trabalho feito em 2016 realizou a quantificação e estimativa dos moradores de favelas e loteamentos irregulares de São Paulo no período de 2000 a 2010 no Município de São Paulo (MSP), sendo detectado de modo geral que nesse período as condições sociais e urbanas melhoraram, apesar do acesso a redes de esgotos ainda se constituir no indicador mais precário. Apesar da melhora, persistem grandes desigualdades de acesso a serviços entre as favelas e o conjunto da cidade, inclusive considerando os poucos indicadores de qualidade existentes, tais como: como acesso a rede de eletricidade com medidor individual e coleta de lixo com coleta porta-a-porta.
O estudo coordenado por Eduardo Cesar Marques, pesquisador do CEM/Cepid para a Sehab/PMSP constituiu-se em duas fases: 1) acerto e conserto das cartografias existentes de favelas e loteamentos de forma a viabilizar a produção de estatísticas (sem fins cadastrais) e 2) de estimativa dos domicílios (e pessoas) em favelas e loteamentos clandestinos e irregulares de baixa renda (renda média do responsável inferior a 3 SM) e caracterização social dos moradores e suas condições sociais.
Dadas essas condições, produziram-se tipologias de favelas e loteamentos, gerando quatro tipos de favelas e dois de loteamentos. Ao final, o estudo produziu projeções populacionais para os anos de 2020, 2024, 2028 e 2032.
Alguns destaques da pesquisa:
- 361.831 domicílios e 1.307.152 pessoas em 2.098 favelas no ano de 2010, densidade de 391 hab/ha, 11,6% do MSP
- 291.983 domicílios e 1.172.043 pessoas em 2.018 favelas no ano de 2000, densidade de 413 hab/ha, 11,2% do MSP
- A taxa de crescimento anual da população que vive em favelas foi de 1,1% contra a média de 0,8% no município e de 2,2% dos domicílios em favelas, contra 1,9% da população em geral, no município.
Verificou-se heterogeneidade interna às favelas, entretanto, foram separados cinco grupos com características distintas. Entre eles os quatro primeiros têm condições entre boas e ótimas, mas um grupo com 84 favelas com condições muito precárias, sobretudo de infraestrutura.
Com relação aos loteamentos, foram encontrados 1.719.473 pessoas e 605.707 domicílios em 2010. As condições sociais e urbanas são intermediárias entre as favelas e o município. Foram encontrados dois tipos de loteamentos considerando estas condições, sendo o primeiro com infraestrutura quase completa e o segundo com loteamentos com acesso precário a esgotamento (com 244 loteamentos, no universo de de 1.559).
Créditos CEM/Cepid:
Coordenação: Eduardo Cesar Leão Marques
Camila Saraiva
Daniel Waldvogel Thomé da Silva
José Donizete Cazzolato
Stefano Pagin
Edgard Fusaro
Marcelo Pitta
Divulgação e capa: Ximena León Contrera
Créditos Sehab/PMSP:
Coordenação PMH: Taís Jamra Tsukumo e Letícia Moreira Sigolo
Assessoria técnica PMH: Amanda de Almeida Ribeiro, Ana Teresa Siqueira de Carvalho e Carolina Rago Frignani
Coordenação HabitaSampa: André Gonçalves
Assessoria Técnica de Planejamento e Relações Institucionais: Maria Lucia Salum D’Alessandro, Fernanda Pinheiro da Silva e Alexandra Aguiar Pedro
O levantamento completo pode ser baixado livremente no site do CEM, na área de Base de Dados (mediante cadastro) e Estudos de Transferência.