Nova Base de Dados Georreferenciada de Hidrografia
Passa a integrar o conjunto de dados georreferenciados do CEM a base produzida sob a coordenação do geógrafo José Donizete Cazzolato que retrata cartograficamente a rede hidrográfica na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Os dois arquivos disponibilizados entre 2016 e 2017 pela equipe de Transferência do CEM/Cepid estão compostos de bases elaboradas a partir de outras existentes, e compatíveis com a escala 1:10.000, buscando a complementação do acervo cartográfico à disposição do usuário e visitante do site do Centro.
Complementa as bases, o Dicionário de Hidrografia que incorpora a explicação sobre o trabalho de cartografia realizado pelo pesquisador, incluindo a representação dos elementos hidrográficos, bem como a designação, denominação e articulação, além das explicações referentes às fontes, trazendo ainda o "dicionário das variáveis".
Hidrografia
A conceituação geográfica de hidrografia reconhece dois tipos básicos de fenômenos nas superfícies continentais: cursos d'água (rios, córregos, canais) e corpos d'água (lagos e reservatórios). Em geoprocessamento, os cursos d’água são usualmente fenômenos lineares, enquanto os corpos d'água constituem polígonos (áreas). A identificação do arquivos CEM de hidrografia indica essa condição: HidrL (L=linha), onde estão os rios, e HidrA (A=área), onde estão os reservatórios.
Ressalve-se, porém a questão da escala de representação e de trabalho; o mesmo curso d’água representado por uma linha pode ser representado por um polígono. Considerando-se que o acervo CEM de cartografia digital permite um foco máximo em torno da escala 1:10.000, optou-se por considerar todos os cursos d’água como linhas, inclusive os canais dos rios Tietê e Pinheiros, cuja largura média, no município de São Paulo, é de 80 m.
Ainda no âmbito da escala, definiu-se, para estes arquivos CEM, uma extensão mínima tanto para os rios (4 km) como para os corpos d'água (em torno de 40.000 m2). Também se inclui, no guarda-chuva da hidrografia, o conceito geográfico das bacias. Bacia hidrográfica é a porção territorial drenada por determinado curso d'água e seus afluentes (também chamados tributários).
No caso da RMSP, reconhecem-se duas posturas metodológicas na divisão em bacias hidrográficas: a compartimentação territorial por bacias e sub-bacias convencionais e a compartimentação por bacias arranjadas conforme as particularidades territoriais da gestão pública.
Representação
A representação gráfica dos elementos hidrográficos requer atenção especial do cartógrafo pesquisador, por conta da dinâmica a eles inerente. Conforme o período do ano, um reservatório - ou mesmo um lago de várzea - pode aparecer mais ou menos extenso na imagem aérea, nem sempre coincidindo com o polígono encontrado nos arquivos cartográficos. Para os cursos d'água, deve-se levar em conta também as diferentes interpretações do fenômeno. A canalização dos leitos, por sua vez, representa outro desafio metodológico assim como o represamento dos cursos d'água, recurso bastante utilizado na Região Metropolitana de São Paulo, que também implica em cuidados especiais na elaboração das bases de hidrografia.
Designação, denominação e articulação
O tratamento sistemático da hidrografia implica também em especial atenção para alguns aspectos de ordem cultural. O dicionário das bases de hidrografia do CEM contempla: córrego (água, arroio ou corixo), sendo que na Amazônia recebe pela sua complexidade denominações diferentes, tais como paraná, furo ou igarapé; represas, ou reservatórios, também são referidas como lagos.
Em termos de fontes consultadas, verifica-se uma diversidade, que inclui mapas convencionais, guias de ruas, mapas especiais, documentos acadêmicos, textos gerais - em grande parte encontrados na Internet - contribuíram para informar ou confirmar dados já coletados.
A base cartográfica de hidrografia da RMSP pode ser acessada na área de Base de Dados do site do CEM, bastando se cadastrar (para quem ainda não o fez) que o acesso é imediato.