O esforço em construir um novo arcabouço teórico para estudar as metrópoles apresentado pelo livro "The Politics of Incremental Progressivism: Governments, Governances and Urban Policy Changes in São Paulo", organizado por Eduardo Marques, diretor e pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp), é destaque na resenha escrita por Alvaro Pereira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O texto foi publicado na revista holandesa Tijdschrift voor Economische en Sociale Geografie. 

"Existem algumas preocupações teóricas interligadas no livro que orientam e conectam este conjunto diversificado de análises de políticas, estabelecendo um terreno comum para reflexão e aumentando o potencial de sua contribuição para o debate político”, destaca o autor da resenha.

A primeira destas preocupações apontada por Pereira consiste em abordar a epistemologia da ciência política e dos estudos urbanos que, integrados, oferecem novas possibilidades de análise das políticas do urbano. A segunda “proposição teórica notável” ressaltada por ele está na defesa que o livro faz da ideia de que políticas em diferentes realidades, como a governança de metrópoles globais do Norte e do Sul, devem ser consideradas comparáveis. 

Porém, a mais “impactante” contribuição teórica trazida pelo livro, para o autor da resenha, está na oferta de uma estrutura conceitual abrangente para a investigação de políticas de progressivismo incremental e suas mudanças ao longo do tempo. “Além de conduzir discussões sobre os níveis teórico e metodológico, este trabalho coletivo é também prolífico em colocar essas ferramentas analíticas em ação, avaliando a trajetória das políticas citadas em São Paulo de uma forma indiscutivelmente original”, completa.

Como exemplo, ele cita a distinção entre políticas de difícil e fácil redistribuição apontadas pelo livro. De acordo com Pereira, isto permitiria a distinção dos níveis de progressismo nas ações governamentais, viabilizando o debate “para incorporar camadas de complexidade e evitar deficiências”.

A resenha completa está disponível em https://doi.org/10.1111/tesg.12501 (acesso restrito). Uma primeira resenha já havia sido publicada no Journal of Urban Affairs por Marcela Alonso Ferreira, do Centre for European Studies and Comparative Politics, da Sciences  Po. Mais informações aqui.