Resultados de pesquisas

Obras de pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole abordam resultados de pesquisas

Nos últimos meses têm sido lançados diversas publicações de professores e pesquisadores que atuam no CEM. Nesses livros são abordadas temáticas relacionadas a metrópoles contemporâneas, política habitacional, federalismo, desigualdades, associativismo, redes sociais, entre outras.

São obras que apresentam resultados das principais pesquisas desenvolvidas no Centro. A maioria pode ser encontrada nas livrarias. Algumas delas são:

Sobre periferias: Novos conflitos no Brasil contemporâneo, Gabriel de Santis Feltran e Neiva Vieira da Cunha (org),  2013, Ed. Lamparina/Coed. FAPERJ, 224p. Os textos reunidos neste livro revelam a elaboração rica de um campo analítico, cuja complexidade se deve ao reconhecimento de que as fronteiras das periferias estão longe de se constituírem por coordenadas somente ou primordialmente espaciais. Afinal, as margens, como muitos trabalhos publicados demonstram, podem ser políticas, religiosas, sociais, administrativas e/ou culturais – sem que se recubram de forma a criar espaços fixos, homogêneos, unificados e submetidos às mesmas clivagens.

A Política Pública como Campo Multidisciplinar, Eduardo Marques e Carlos Aurélio Pimenta de Faria (org.), 2013, Editoras UNESP/Fiocruz, 282p. Muitas são as disciplinas que têm se dedicado ao estudo das ações do Estado, sobretudo a partir dos anos 1980, quando começaram a ganhar fôlego as pesquisas sobre as políticas públicas. Não só diferentes disciplinas se voltaram para esse campo, como os estudos passaram a focar uma grande variedade de temas. Se, por um lado, a pluralidade de olhares contribui para o avanço das pesquisas, por outro, a dispersão disciplinar e temática indica um risco de fragmentação do campo. A necessidade de sistematizar os estudos na área, mas sem abrir mão de um panorama abrangente, motivou o lançamento desta coletânea, que propõe um diálogo entre ciência política, sociologia, administração pública, antropologia, direito, psicologia, demografia, história e relações internacionais. Os capítulos apresentam as teorias e os enquadramentos conceituais que têm sido produzidos e utilizados por cada disciplina. O objetivo é que esse quadro favoreça uma interpretação colaborativa, construída sobre bases teóricas compartilhadas. Além das universidades e das diferentes esferas do governo, outros atores sociais também têm contribuído para o avanço desse campo. “No plano da sociedade, a instrumentalização do conhecimento científico tem sido uma constante por parte de ONGs e grupos de interesse, que não raro se tornam também produtores de conhecimento acerca das políticas públicas e dos problemas societários”, destacam os organizadores. O livro, portanto, é leitura fundamental para quem se interessa pelos desafios do Estado neste início de século e pelas distintas formas de compreensão das políticas públicas.

Être chômeur à Paris, São Paulo, Tokyo - Une méthode de comparaison internationale (Ser um desempregado em Paris, São Paulo e Tóquio - Um método de comparação internacional), Didier Demazière, Nadya Araujo Guimarães, Helena Hirata e Kurumi Sugita, Editora Presses de Sciences Po, 320 p. A condição de desempregado é marcada pela obrigação de procurar emprego, mas esta definição esconde realidades internacionais heterogêneas. O objetivo deste livro é explorar a diversidade de significados do desemprego: como os desempregados  vivem e  interpretam a sua situação em Paris, em São Paulo e em Tóquio? Resultado de investigações por entrevistas biográficas aprofundadas e de um novo método de comparação internacional, este livro renova o conhecimento sobre o desemprego de uma forma tão original quanto emocionante.

A experiência da procura de trabalho: interações, vivências e significados, de Priscila Faria Vieira, 2013, Ed. Annablume/CEM: Fapesp/CNPq, 284 páginas. Fruto de pesquisas realizadas no âmbito do CEM/INCT/CEPID, este livro investiga a procura de trabalho por meio de instituições do mercado de intermediação. Para desenvolver a análise a autora assume que a busca de emprego não pode ser reduzida a um fenômeno econômico, baseado no cálculo racional, que une ofertantes e demandantes de vagas; nem pode ser tratada apenas como um indicador estratégico para caracterizar a situação de desemprego, como o faz uma certa sociologia. 

O Horizonte da política: Questões emergentes e agendas de pesquisa, Adrian Gurza Lavalle (org.), Ed. Unesp/CEM/Cebrap, 400 p. É um retrato da agenda de investigação e dos resultados das pesquisas que animaram as equipes do CEBRAP e do CEM ao longo de uma década. Embora cada capítulo possa ser lido separadamente, posto que se dedica a explorar em profundidade um tema central da agenda de debates sobre a política e suas fronteiras, o conjunto pretende apresentar uma contribuição substantiva a esta agenda.

Democracia, Federalismo e Centralização no Brasil, Marta Arretche, Ed. Fiocruz/Ed. FGV/CEM, 232 p. Navegando contra a corrente, Democracia, Federalismo e Centralização no Brasil, apresenta interpretação inovadora sobre o funcionamento do nosso sistema federativo. Com foco no papel da União, Marta Arretche, mostra os diversos mecanismos que promovem a autoridade do governo central e, em consequência, uma federação bastante centralizada. A União tem amplas prerrogativas legislativas, grande capacidade regulatória e significativo controle sobre recursos. Ao contrário do que afirmam muitos analistas, 1988 foi mais um capítulo do grande movimento de centralização estatal iniciado nos anos 1930.

Opportunities and Deprivation in the Urban South. Poverty, Segregation and Social Networks in São Paulo, Eduardo Marques, Ashgate (lançado no Reino Unido), 198 p. Sustenta que a sociabilidade cotidiana e as redes sociais são elementos centrais para uma compreensão da pobreza urbana, valendo-se de pesquisas detalhadas conduzidas em São Paulo e que examinaram as redes sociais de indivíduos identificados como pobres. O livro usa uma abordagem de métodos múltiplos não apenas para verificar a importância das redes sociais, mas também para desvendar os efeitos de redes sociais e segregação e para especificar os mecanismos relacionais e espaciais associados com a produção da pobreza. Consequentemente a obra explora os diferentes tipos existentes de redes sociais entre a população pobre nas metrópoles, as condições que os moldam e os influenciam, as consequências para a produção da pobreza e os mecanismos através dos quais as redes influenciam as condições de vida diárias.

Redes sociais no Brasil: Sociabilidade, organizações civis e políticas públicas, Eduardo Marques (org.), Editora Fino traço/CEM, 340 p. Reúne investigações produzidas no CEM mobilizando redes sociais analiticamente. Como amplamente destacado em anos recentes, as redes sociais compõem o tecido das relações entre indivíduos, grupos e entidades que estruturam os campos onde fenômenos sociais acontecem. Apesar da ampla utilização recente das redes como metáfora de fenômenos sociais, são raros os trabalhos brasileiros que têm se debruçado sobre a investigação empírica das estruturas relacionais e suas consequências utilizando as metodologias desenvolvidas especificamente para análise do fenômeno em nível internacional. A obra contribui para o preenchimento de tal lacuna, ao apresentar resultados de um conjunto de investigações sobre redes sociais na reprodução das situações de pobreza, em práticas culturais e associativas, na busca de emprego, e na formulação e implementação de políticas públicas. Em seu conjunto, esses trabalhos contribuem com o avanço em nosso conhecimento sobre a importância das estruturas relacionais.

Capacidades Administrativas dos Municípios Brasileiros para a Política Habitacional, Marta Arretche (coord.), Berenice de Souza Cordeiro, Edgard Fusaro, Edney Cielici Dias e Mariana Bittar. (disponível on line neste site) edição Ministérios das Cidades/Secretaria Nacional de Habitação/CEM), 214 p. São investigadas as capacidades dos municípios brasileiros para executar políticas de habitação, examinando a evolução dos instrumentos de gestão destas políticas ao longo da década de 2000. Além disso, mapeia os principais programas adotados pelos municípios e as formas de cooperação intergovernamental. Os pesquisadores propõem uma nova metodologia que possa ser aplicada em estudos futuros.

São Paulo: Novos Percursos e Atores, sociedade cultura e política, Lúcio Kowarick e Eduardo Marques (org.), Ed. 34/CEM, 400 p. O trabalho realiza um balanço das principais contribuições recentes sobre a metrópole, discutindo os processos sociais, culturais, políticos e econômicos que a marcaram de forma mais eloquente na primeira década do século XXI, tendo em vista as análises existentes sobre os legados de períodos anteriores. O livro “São Paulo: Novos Percursos e Atores, Sociedade, cultura e política” é composto de ensaios de pesquisadores e acadêmicos que abordam a metrópole interdisciplinarmente e sob múltiplos aspectos. Está organizado em quatro partes: Viver e habitar na cidade, Trabalho e produção, Política e representação e Sociabilidade, cotidiano e violência.