CEM mapeia áreas verdes informais da Região Metropolitana de São Paulo

Base cartográfica digital georreferenciada contém áreas como clubes, cemitérios, campi educacionais, grandes praças, entre outras.

Janaína Simões

Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), os grandes parques e outros tipos de unidades de conservação (UC) localizam-se, em sua maioria, ao longo da Serra do Mar ou da Cantareira. São poucos os parques de grande porte na porção mais urbanizada do território, mas, por outro lado, há diversas áreas verdes chamadas de informais que cumprem um papel importante para o meio ambiente local. Trata-se de clubes, cemitérios, instituições diversas instaladas em grandes áreas permeáveis e arborizadas, condomínios residenciais, grandes praças, aterros sanitários, e porções significativas de vegetação em meio urbano. Foram todas áreas mapeadas pela Equipe de Transferência e Difusão do Centro de Estudos da Metrópole (CEM-Cepid/Fapesp). 

Área verde em São Paulo
Exemplo de área verde informal: campus do Instituto Biológico,
sediado na cidade de São Paulo.
Foto: Marcos Santos - USP Imagens

A base de dados, construída para uso da comunidade acadêmica e escolar, foi elaborada com apoio dos arquivos do acervo CEM (logradouros, rios, ferrovias etc). As áreas verdes informais têm significativos percentuais de solo permeável e inegável volume de vegetação arbórea. “Visualmente, assemelham-se a parques ou grandes praças, e certamente cumprem, na prática, as funções de amenização do microclima, de embelezamento, de absorção das águas pluviais e de abrigar a fauna de pássaros, insetos e pequenos mamíferos”, aponta José Donizete Cazzolato, geógrafo e pesquisador da Equipe de Transferência do CEM responsável pela base.

A base cartográfica totaliza 572 polígonos, sendo que 48% deles são clubes e cemitérios. Também estão inclusos os campi universitários e áreas de outras instituições educacionais ou confessionais, as praças ocupadas por equipamentos, mas com arborização, os aterros sanitários (ativos ou inativos), e as terras indígenas. Não foram incluídas as praças viárias, como trevos e rotatórias, e as vias arborizadas devido às dificuldades de se levantar dados sobre esses temas no conjunto da RMSP.

Na última atualização da base, em 2022, foi incluído um novo tipo de área verde informal, identificado como “vegetação proeminente”. São as áreas de arborização mais densa que se destacam nas porções urbanizadas, algumas delas remanescentes de mata nativa. “Ao fazermos a pesquisa para construção desta base de dados, notamos que essas áreas merecem um olhar alternativo para a questão ambiental nas aglomerações metropolitanas”, comenta o pesquisador. 

A base contém, ainda, as unidades de conservação do tipo área de proteção ambiental (APA). Esta tipologia é a menos restritiva do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), mas compreende grandes áreas, muitas vezes abrangendo municípios inteiros por todo o Brasil. Dada sua expressiva diferença conceitual em relação aos parques e outras unidades de conservação, e pelo fato de se sobreporem a praças, parques e áreas especiais, também foram consideradas na composição da base de dados, que pode ser acessada no canal "Download de Dados", selecionando-se no menu azul à esquerda o item "Meio Ambiente" e, em seguida, "Exibir Mais" logo abaixo do título “Áreas Verdes Informais da Região Metropolitana de São Paulo”. O uso é gratuito, mas é preciso citar a fonte.


Sobre o CEM
Criado em 2000, com início das atividades em 2001, o Centro de Estudos da Metrópole (CEM) é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Cepid-Fapesp) e reúne cientistas de várias instituições para realizar pesquisa avançada, difusão do conhecimento e transferência de tecnologia em Ciências Sociais, investigando temáticas relacionadas a desigualdades e à formulação de políticas públicas nas metrópoles contemporâneas. Sediado na Faculdade de Filosofia, Letras, Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e no Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), o CEM é constituído por um grupo multidisciplinar, que inclui pesquisadores demógrafos, cientistas políticos, sociólogos, geógrafos, economistas e antropólogos
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